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A feira de têxteis-lar portuguesa aumentou o número de compradores internacionais, que são cada vez mais atraídos pelo know-how, design e qualidade dos produtores portugueses. Em Guimarães, cruzaram-se diversas nacionalidades, do Japão ao Chile, como testemunhou o Secretário de Estado da Internacionalização.
Na quarta edição, a Guimarães Home Fashion Week (GHFW) voltou a convencer compradores e expositores de que o modelo de apresentar no epicentro da indústria a capacidade das empresas de têxteis-lar é vencedor. Nesta edição – que começou na Pousada de Santa Marinha, nos dias 26 e 27 de junho, e se prolonga até amanhã com a visita às empresas – foram 320 os compradores estrangeiros que tinham confirmado a presença antes do início do evento mas, garante a organização, da responsabilidade da Associação Home From Portugal, esse número foi ultrapassado.
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«Temos muitos visitantes dos EUA, do Japão, bastantes da Austrália, do Brasil, do México – esses foram os mais representados», enumerou, ao Portugal Têxtil, Maria Alberta Canizes, uma das impulsionadoras da GHFW. «Russos também», acrescentou João Mendes, presidente da Associação Home From Portugal.
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Pelos corredores andaram até representantes de nacionalidades habitualmente conotadas como concorrentes, como é o caso dos turcos. ««A Turquia é a nossa maior concorrente em termos de felpos», reconheceu Maria Alberta Canizes. Contudo, «temos vantagens competitivas em relação a eles. Pela modernidade das nossas empresas, pelos investimentos que fazem, somos mais flexíveis e, em alta qualidade, os turcos não têm tantas empresas e aqui é o lugar certo. Vêm aqui buscar artigos para completarem as suas coleções, para poderem apresentar uma oferta mais qualificada e diversificada», realçou.
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Esta diferenciação de produto é o que atrai muitos dos compradores internacionais. «A oferta é muito interessante, porque conseguimos ter uma grande variedade de produtos e complementar o nosso portefólio. Ao mesmo tempo é muito aliciante, especialmente para nós, que estamos no mercado de luxo, porque aqui na Europa o gosto é muito semelhante ao que procuramos», explicou ao Portugal Têxtil, Andrés Rodriguez, diretor-executivo da marca chilena Cabo de Hornos, cliente já habitual do “made in Portugal”.
Compradora de mantas e cobertas para o mercado japonês, Oko Yoshida, da especialista em decoração de interiores Actus, que detém 40 lojas no Japão, revelou que «os japoneses gostam muito do aspeto “feito à mão” dos produtos, da qualidade» e que, tendo já uma relação comercial com empresas nacionais, há a possibilidade de aumentar as suas compras em Portugal.
Sentimento positivo
Cama, mesa e felpos fazem parte da oferta da Docofil, que tem como principais mercados EUA, Alemanha e Espanha. «Só não viemos no primeiro ano», assinalou Laurinda Couto, do departamento comercial da Docofil. «Estamos aqui para mostrar os nossos produtos aos clientes e também para entrar em mercados onde não estamos e que podem ser muito interessantes», referiu, dando conta do potencial do mercado da Coreia do Sul e da África do Sul.
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«Esta feira é muito conveniente. Acabamos por ter um custo mais reduzido e os clientes vêm», apontou, por seu lado, Rosamaria Martins, diretora de exportação da Têxteis Domingos Almeida. Nesta edição, também a terceira em que participa, a empresa destacou, entre outros produtos, os cobertores e mantas em algodão/acrílico, uma «demanda do mercado», indicou. «Começámos a ver que havia muitos pedidos e, como temos teares jacquard e temos a possibilidade de trabalhar neste tipo de artigo, decidimos fazer esta coleção e está a ter muito sucesso», desvendou.
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O sentimento positivo foi manifestado igualmente pelos expositores durante a visita que o Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, fez a todos os 53 expositores presentes. «Tivemos muitos visitantes dos EUA e Austrália», mencionou Fátima Silva, fundadora da Traços Singelos, em resposta à pergunta de Eurico Brilhante Dias, que saiu bem impressionado com o cenário que encontrou em Guimarães. «A informação que e recolhi hoje aqui, em conversa com todos os expositores, é que este ano foi melhor que o ano passado, estiveram aqui compradores muito interessantes até de mercados onde Portugal, tradicionalmente, tem vendas em menor quota, como é o caso dos EUA, do Canadá, da Austrália, do Japão, da Coreia, que são mercados onde também estamos a fazer um forte investimento na área da diplomacia económica», afirmou aos jornalistas.
Eurico Brilhante Dias sublinhou, ainda, o caráter distintivo deste evento. «Tem a grande vantagem de trazer as pessoas a Portugal e de elas poderem passar por aqui e pelas fábricas – permite que, muitos deles com requisitos muito específicos de produção para aquilo que é o contract manufacturing, possam ir ver a fábrica, possam ver o portefólio global e os processos de produção», acrescentou.
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Essa é, de resto, uma mais-valia que a organização pretende manter. «É esse o nosso objetivo. Eles irem às empresas, verem como estão organizadas, como trabalham, que potencialidades têm. Esse é o objetivo principal, senão tínhamos feito isto num salão qualquer no Porto ou no meio da Praça da Liberdade, como uma feira do livro. Mas não é isso que se pretende. Pretende-se que estejam no coração da indústria para poderem ter uma ligação direta e poderem perceber que o que vêm lá fora, quando lá estamos, é feito ali», resumiu ao Portugal Têxtil Maria Alberta Canizes.
Por isso mesmo, a próxima edição vai manter a mesma localização, tendo como datas 16 e 17 de junho de 2020, no caso da feira, a que se seguirão dois dias de visitas às empresas.