É o maior certame internacional daquele sub-sector têxtil que se realiza em Portugal e que se pretende afirmar como uma missão inversa, atraindo compradores de vários mercados.
A organização é da Home from Portugal (HFP), associação que tem liderado a presença das empresas nacionais em feiras e certames comerciais na Europa e nos USA.
Há 45 anos que tem sido assim, com a liderança de João Mendes e que passou a ter o apoio de Maria Alberta Canizes, evidenciando uma especial apetência para afirmar o têxtil-lar no mundo.
Agora, em fase de mudança da sua direcção, a Home from Portugal passa a ter uma representação mais notória dos produtores de têxtil-lar, numa altura em que a indústria precisa de um novo impulso na presença internacional, face à inconstância do mercado, ora pujante e forte, ora mais sujeito às crises de ciclo económico.
Xavier Leite, actual presidente da direcção da HFP, já com sede em Guimarães, em instalações do antigo Cybercentro, reconhece que a edição deste ano se realiza num cenário de “negócios mais fraco”, num contexto internacional distinto e “nunca visto” em que as empresas sentem que “volume de negócios está abaixo do normal”, o que aporta situações de tesouraria limitadas.
O presidente da associação de têxteis-lar reconhece que “esperam que o Governo tome decisões e liberte os apoios à internacionalização”, que parece chegar a dois anos de atraso, um outro factor que condiciona a implementação dos produtos portugueses nos mercados internacionais.
“AS EMPRESAS JÁ NÃO SENTEM O CONTRA-CICLO, UMA VEZ QUE A CRISE SE GENERALIZOU E É TRANSVERSAL A TODOS OS MERCADOS.”
Xavier Leite, explica que no actual contexto, “as empresas já não sentem o contra-ciclo, uma vez que a crise se generalizou e é transversal a todos os mercados, ao contrário de outros tempos que equilibravam a produção e o volume de negócios”.
Com a quebra de compras já ao nível do consumidor final, as empresas para além dos custos de energia, mais elevados, ainda lutam contra factores internos inexplicáveis, como a ausência de apoios para as empresas operarem nos mercados internacionais.
O Secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, desmarcou a visita que era suposto realizar a esta edição do Guimarães Home Fashion Week (GHFW) onde por certo iria ser confrontado com os atrasos que se registam na libertações dos fundos destinados à internacionalização.
O contexto geral que se oferece, hoje, às empresas pode deixar algumas em situação ainda mais difícil o pode levar a nova redução do número de unidades industriais no sector, como já se sentiu, há cerca de uma década.
O impacto da presença de cerca de 300 compradores estrangeiros que desde ontem chegaram a Guimarães ainda não foi estimado. Amanhã, esses compradores vão visitar algumas empresas e só depois podem confirmar potenciais negócios.
Uma coisa é certa e Xavier Leite corrobora que “há muitas empresas presentes com produtos de nível apresentados” pode permitir “opções a velhos e novos compradores que interagem no mercado” – sublinha.
Organizado pela associação Home from Portugal, o Guimarães Home Fashion Week reservou também dois dias para visita dos profissionais às empresas, dias 11 e 12 de Maio, com o objectivo de promover mais negócios e dar a conhecer de perto a veia inovadora e sustentável do têxtil-lar nacional.
Como que certificando precisamente essa característica intrínseca ao certame, a AICEP, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, esteve ontem, 9 de Maio, em peso, na abertura do Guimarães Home Fashion Week. Maria Manuel Branco, directora da AICEP, Mónica Moreira, directora adjunta e Ana Paula Borges, da direcção comercial, foram algumas das representantes da agência que se deslocaram à Pousada de Santa Marinha.
João Mendes, bem conhecido das empresas vimaranenses, foi hoje homenageado durante um almoço, na Pousada, pela actual direcção da Home from Portugal, 45 anos depois de ter estado sempre do lado do sector de têxtil-lar na sua promoção internacional.
Recebeu da associação e dos seus sócios o reconhecimento devido quando acaba a sua missão à frente da HFP.
© 2023 Guimarães, agora!
